quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Depressão: Crenças que funcionam como dogmas

DEPRESSÃO - tratamento com a hipnoterapia


A terapia cognitva é uma das abordagens da Psicologia, com base no comportamentalismo, inaugurado, inicialmente, pelo psicólogo John B. Watson. Entenda de que forma terapia cognitivo-comportamental enxerga, de forma científica, a mente de um depressivo.
 
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Crenças que fazem a vida ficar sem vida.

É na década de 60 que a terapia cognitiva começa a ganhar espaço na psicologia. Frequentemente, escutamos que o Behaviorismo (ou comportamentalismo), ignora os fenômenos mentais e que só observa o ambiente em que vivemos. De fato, Watson era um ambientalista e considerava que a psicologia nunca deveria falar sobre eventos internos e psíquicos. No entanto, o seu desejo jamais foi realizado: a psicologia, como ciência, possui tantas ramificações que é impossível olhar para o comportamento humano sem observar os pensamentos do homem, pois estes podem ser entendidos como um fator mediador da nossa experiência. Através da mediação cognitiva, o comportamento do homem é determinado e está sujeito à visão de mundo que o mesmo possui. Isso significa que a forma como vemos as coisas são de grande relevância. Todavia, a maneira que vemos as situações que passamos, não vem de algo místico, mas sim de nossa história de vida e da relação que possuímos com o nosso meio, ou seja, como interagimos e de que maneira características internas se dão nas situações que experimentamos, refletindo um processo de aprendizagem, que ocorre quando estamos imersos em nossa sociedade e cultura.

A primeira proposta cognitiva veio do psicólogo americano Albert Ellis, desenvolvedor da REBT (terapia racional-emotiva comportamental). De acordo com Ellis, o nosso mundo psicológico se forma e se mantém pelo meio ambiente, onde este mundo é basicamente cognitivo. O psicólogo, curiosamente, era psicanalista. A psicanálise costuma sofrer inúmeras críticas dos psicólogos comportamentais. Ellis, inclusive, se tornou um crítico da área e desenvolveu o seu próprio método que, segundo ele, era mais eficaz que a psicanálise. Porém, deve-se ressaltar que esta ideia de prática mais eficaz ou menos eficaz, em psicologia, é relativa e variável, de acordo com a singularidade de cada caso clínico.

Assim, Albert Ellis considerava que o ser humano possui uma tendência a ser irracional, desta forma, com uma estrutura cognitiva que pode se caracterizar de forma distorcida e distante dos fatos e empíricos (que se dão através das nossas sensações). Diante de certos eventos, é possível que estes sejam ativadores de determinados pensamentos específicos. Por exemplo, passar por uma situação traumática ou de perda, pode ativar esquemas (crenças) que distorçam a realidade, podendo se generalizar para as diversas relações e situações do indivíduo, ocasionando uma depressão. Neste ponto, Aaron Beck inaugura a TCC, quando passa a observar que seus pacientes tendiam a interpretar os acontecimentos de forma negativista e pessimista.

Beck nomeou as crenças de esquemas, inconscientes em sua maioria, que se definem por uma rigidez extrema. São normas absolutas demais, que podem manter emoções negativas, gerando um funcionamento habitual. As normas básicas, neste campo, sãos chamadas de pensamentos automáticos, que funcionam como dogmas e verdades na vida do indivíduo, sem que este os perceba. Tais distorções trazem, como consequência, conclusões radicais sobre a vida e sobre si mesmo. Além disso, há uma tendência em desconsiderar as experiências positivas. Por exemplo, um indivíduo diagnosticado com depressão pode, durante o seu dia, passar por situações positivas, no entanto, este tende a focar-se apenas nas experiências negativas, considerando um futuro catastrófico e terrível. É um modo de funcionamento primitivo, onde o depressivo se considera ser algo sem valor, bem como a sua própria vida.

Outra crença central, predominante no depressivo, é a de que suas experiências são irreversíveis. Isso significa que considerar a depressão como algo incurável faz parte do esquema depressivo. Às vezes, o esquema pode estar pautado em dois extremos: de perfeição ou imperfeição. O depressivo possui, na maior parte das vezes, a crença de que a morte é a libertação total de seus problemas e que tudo ficará bem depois da morte. www,hipnose-psicanalise.com.br

Diante disso, através da consciência do indivíduo sobre as suas próprias crenças, é possível transformar a forma como ele se sente, mudando, consequentemente, a forma de como ele se comporta, evitando uma possível recaída depois do tratamento.

Exemplos de crenças centrais:

“Sou um fracasso.”

“Sou incompetente.”

“O mundo é perigoso e hostil.”

Crenças intermediárias:

“Eu deveria ser excelente em tudo que tento fazer.
 

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