quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Neuropsicanálise e A Necessidade de Sofrer



Freud, na teoria psicanalítica, defendia a tese de que pessoas depressivas possuem uma necessidade de sofrer. O artigo demonstra como a neurociência atual confirmou tal concepção.

Palavras não ditas funcionam como lâminas psíquicas. www.leandromotta.psc.br

A teoria da psicanálise, pautada na divisão mental de id, ego e supereu, define que o ser humano possui necessidades psíquicas, que envolvem a ideia de energia. Nesse ponto, pode-se pensar em um investimento mental para um determinado pensamento ou objeto, em maior ou menor grau.

Quando Sigmund Freud estudou pacientes depressivos, em sua clínica, pôde notar que os mesmos possuíam uma necessidade de sofrer, determinado por um masoquismo dirigido ao eu, ou seja, uma auto-agressão; isso era observado, por exemplo, através da resistência ao tratamento (Freud, 1972). A neurociência atual, bem como seu entrelaçamento com a psicanálise, dita neuropsicanálise, traz à tona o fato de que o nosso cérebro, para cada pensamento, sentimento ou ação, produz determinadas substâncias, que são secretadas, especificamente, pelo hipotálamo. O hipotálamo pode regular hormônios ligados ao estresse ou ao bem-estar, de modo que as conexões neuronais, que são estabelecidas através da formação das memórias, podem ocasionar uma repetição da secreção de certas substâncias (Filho, 2002). E então, entramos no aspecto do vício. Isso significa que somos, de fato, viciados por nossos hormônios, não precisamos de uma adição externa para que configuremos uma situação de vício biológico. www.leandromotta.psc.br

Quando alguém procura realizar mudanças, à partir da auto-análise, acaba por deparar-se, fatalmente, com uma resistência e insistência do organismo em manter determinadas sensações, que se ampliaram através da repetição de certos pensamentos. O enfrentamento dos ganhos secundários de toda doença, é crucial para uma mudança efetiva. Caso contrário, acabamos por encontrar e justificar nosso sofrimento em qualquer situação externa, que possamos nos agarrar – a culpa é dos pais, sociedade ou seja lá qual for este outro. De um modo bem popular: achamos “pelo em ovo” para nos estressarmos ou sentirmos sempre as mesmas coisas. www.leandromotta.psc.br

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